“Ninguém sabe a mágoa que trago no peito
Quem me ver sorrir desse jeito
Nem se quer sabe a minha solidão. ” (Benito de Paula)
imagem google
Observo achando engraçada esta coisa da casca, da embalagem. A pressão da imagem sobre a essência. Verdades se ocultam atrás de um sorriso verdades debaixo de uma maquiagem. Assim temos frutos mais bonitos e menos saborosos. Flores mais coloridas mas sem vida. Pessoas mais lindas, mas vazias como rio que secou e seu leito virou estrada de pedregulhos, o vazio.
Há um perfume exagerado espalhado pelo ar a nos embriagar e querer encobrir toda a podridão que se alastra por todo o seio da sociedade. Perfuma-se demais e se deteriora na alma e nas relações com os semelhantes.O sorriso uma mascara para o vazio, para as terríveis decepções, frustrações, numa sociedade com o exercício devastador as leis do mais querer e do ter.
Perde-se o senso de responsabilidade e de compromisso com o mais importante de cada ser é assim vemos pessoas sorrindo, mas pessoas tristes excludentes, espalhando todo tipo de preconceitos e fobias.
Onde vai parar esta corrida desenfreada?
Pessoas se perdem, não conseguem ver um palmo ao seu lado, que seja em direção ao irmão. Viver o mundo do individual no olhar perdido no próprio umbigo ornado com piercing de aço, a fazer parceira com o coração de ferro.
Clamamos um mundo de pessoas fraternas irmanadas no objetivo comum do bem estar. É o mais lindo dos sonhos, que alimentam o motor, que cremos poderá mudar os rumos de nossa sociedade degradada por estes sentimentos de exclusão, por sentimentos de imagem.
Beleza pode ser fundamental, mas que será dela sem a força que faz pensar, criar?
Toninhobira.
17/11/2010.