quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

AVE NEM CHEIA DE GRAÇA











imagem Google








Ave não cheia de graça

Vejo aquela ave agourenta pousada sobre aquele cruzeiro
Ali parada assustada em suplica à proteção da
crescente exterminação

Aquela ave nem cheia de graça, de negras penas a luzir.
Assisto a saraivada de balas que cruzam a imensidão
Corpos negros espalhados pela longa estrada
Apenas piados longos e tristes, 
sangue escorre em penas negras

Abominável homem que atira como seu esporte.
Bicho homem que solto na mata, apenas mata.
Oh, homem que atira e aniquila!
Tende consciência!

Atirador não tem olhos para ver, 
que carnes apodrecem pela estrada.
A floresta agora perde seu aroma, 
tudo ali exala mal.
Aquela limpeza natural já não se pode ver
Vejo triste os campos que apodrecem por onde passo.
Não se alimenta da carne, apenas espalha mortes.

Sua fúria indomável à ave negra, indefeso urubu.
Mais um estampido ecoa pela mata como um triste grito
Mais um vôo desesperado de negra ave, 
que foge desesperada
Voo rasante em direção à cidade
Pousa num cruzeiro, naquele triste cemitério.

Imagina ali aliviar, evitar sua dor, mas cai inerte,
sangra é mais uma.

O mesmo homem que derruba arvores
é o mesmo que derruba animais
como esporte.
Até quando?





Publicado no Recanto das Letras.
Toninhobira
27/05/2010

domingo, 30 de janeiro de 2011

Simplicidade do querer












Simplicidade do querer .


Quero de tudo um pouco
Dos seus olhos a proteção
Que o carinho me conforte
E na poesia minha inspiração

Quero de tudo um pouco
Dos seus lábios o doce mel
Que nos meus dias de sufoco
Vem o beijo, meu viver adoçar

Ah, eu de tudo quero tão pouco.
Que você possa me oferecer
Que mesmo em face deste querer
Sofro esta dor de lhe ver sem ter.

Mas o que pode este meu querer?
Se na angustia do meu viver
Há uma nuvem que assombra
Cobrindo o céu de meu viver.



Toninhobira
16/01/2011