sexta-feira, 4 de maio de 2012

A dor que sai no jornal.












A dor que sai no jornal.

Na casa um fogão a lenha feito de barro.
Num canto da cozinha um gato quieto dorminhoco.
Mais ao lado se vê dois cântaros tampados com um prato e um pano branco com algum bordado, imagino que o pano tenha sido feito de algum saco de açúcar ou trigo. Uma mulher mal vestida com um lenço branco na cabeça, sentada numa tarimba feita de madeira agreste. Na sua frente um repórter, um tanto sensacionalista, busca informação sobre o estupro da menina de oito anos, praticado pelo próprio irmão da menina.

Angustiante assistir e ver a descrição do ato pela boca do bandido, ali diante da própria mãe que chora desesperadamente. Pela porta da cozinha se vê um pé de arvore esquelético e desfolhado, com um cabrito preso em seu tronco, com algumas crianças perto dele como a brincar. Ao lado da casa na ultima sombra daquele escaldante sol nordestina, a câmera mostra uma velha senhora com cabelos brancos aparecendo sob o pano branco que lhe cobre a cabeça. Ela de mãos no rosto, chora desesperada, dando seguidas tapas na cabeça como não acreditando na tragédia familiar, o que fazia crer ser a avó da menininha. 

Neste ínterim a senhora desmaia para espanto geral dos repórteres e policiais que fizeram a diligencia, momento que eles desviam o foco do bandido para acompanhar o desfalecimento da anciã. O que me causou surpresa, foi não sentir nos policiais a mínima habilidade de primeiros socorros, se limitando a conformar a família, dizendo que ela logo voltava a si. Como assim voltar logo sem nenhum atendimento de socorro?

Isto se passou numa cidade no nordeste da Bahia próxima ao Rio São Francisco divisa com Pernambuco. Fico a pensar de como é exposta a dor das famílias humildes pelos meios de comunicação, por saber que isto lhes rende bons pontos na medição de audiência.
Que país é este, que não se limita a exposição das dores das pessoas mais humildes?

É o país do vale quanto pesa, urge rever os valores da sociedade, resgatar o sentimento de família e buscar o controle de natalidade nos lares empobrecidos e embrutecidos alijados da partilha do bolo, cada vez mais restrita a poucos bolsos.

Toninho.
26/04/2012.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Lembranças numa manhã.











Lembranças numa manhã.

Deix0-me levar na delicia deste beijo,
Que invade o dia e faz este sonhar.
As horas passam lentas neste latejo
AO Clamor de brisa, que faça refrescar.

Cada manhã renova-se numa emoção.
Nos meus olhos plenos todos os desejos
Delici0-me no café, ouvindo a canção,
Ávido dos prazeres daqueles beijos.

No turbilhão de todas as esperanças
Perco-me em labirintos de lembranças
Sinto o fogo arder no desejo de amar.

Uma pulsação como vulcão impera
Da erupção das emoções se desespera
E espera mais uma manhã de sonhar.

Toninho
24/04/2012

O tempo não pára!
Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo...
[Mário Quintana]
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Sempre haverá uma linda manhã para renovar as esperanças.
Uma linda semana a todos com paz,alegria e amor.
Que a saude seja uma fiel companheira.

domingo, 29 de abril de 2012

Mundo virtual_Homenagem a Cacá.












Fantasia pensar que tudo é virtual
A vida a apenas um clic nas pontas dos dedos que refrigera almas em momentos de angustia, que nos alcança em velocidade imensurável, enfim um Clic pode salvar vidas que nos pode levar aos mais longínquos lugares deste planeta.

Não penso que tudo seja virtual, cada vez mais me convenço, que nossas vidas se ligam, com se ligam todas as folhas de uma arvore formando a copa que lhe dá beleza e fornece sombras aos mais cansados viajantes e seres da natureza. A rede virtual é uma arvore que vamos cuidando cada dia, na qual mantemos um perfeito controle sobre cada folha. Quando uma folha se desprende sentimos um vazio e buscamos de todas as formas sua reintegração.

É mágico este mundo virtual, este poder que fica nas pontas dos dedos, gerando este relacionamento explosivo de inter-relação de pessoas, vindo dos enlaces fantásticos que criamos, como na “Quadrilha” inspirada por Drummond. Basta uma analise para ver como as pessoas vão entrando em nosso enlace, para sentir a força desta magia. Eu me relacionava com Jose que por sua vez tinha a Tânia, que se ligava à Edna, que se tornou amiga de Jose, que era amigo de Celêdian, que veio ser mais tarde minha amiga. Por isso este “boom” dos sites de relacionamentos, onde ainda temos a grata felicidade de reencontrar amigos, que julgávamos perdidos num tempo.

O envolvimento é tão real que muitas vezes trocamos assuntos, como se já estivéssemos juntos da pessoa. Há uma enorme satisfação quando recebemos um comentário, que parece que estamos abrindo a porta de nossa casa para receber este amigo, para uma reunião, ou café. Quanta alegria um amigo virtual pode nos proporcionar quando logo pela manhã nos envia flores, uma bela musica um carinho? È como se ele dissesse:

-Tudo bem amigo, seu dia vai ser bom, eu estou com você.

Certo, que nada vai substituir o calor de um abraço, o toque de mãos na transmissão positiva de energia, mas nunca vamos nos furtar desta felicidade que vem pelas letras, numa mensagem. Nesta relação virtual que nos colocamos em todos os lugares deste mundo, que talvez nunca lá visitemos. Amigos que talvez nunca nos abracem efetivamente, mas tenho a certeza, que se o silencio impera nossa alma emperra em pensamentos de sentimento de abandono e solidão. Assim cada folha desta arvore, busco dar o maximo de atenção, carinho, ainda que seja um oi, para que ela saiba e tenha certeza, que eu penso nela.

Faço deste texto minha homenagem numa postagem simultaneas com outros colegas ao amigo Jose Claudio "Caca" que está fazendo falta nesta magia.
Um abraço mineiro itabirano conterraneo de paz e luz.
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 Digamos que ele está fazendo um retiro e voltará logo.
Obs. Ele está bem em plena criação de seus livros sonhados,
como podem ver aqui na minha pagina.
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 Origem desta ideia de uma avalanche de postagem para o amigo Cacá
veio daqui: http://abismodasvaidades.blogspot.com.br/

Toninhobira