sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Ensina-me a superar a dor.













Ensina-me apagar as lembranças.
Que confundem a minha razão.
 Assim liberta-me da vingança,
Que vem alimentar meu coração.

De suas palavras sou fiel e crente,
Minha alma inspira-se na paz,
No seio de uma oração eloquente,
Ancora-se a esperança que apraz.

Ensina-me a desconstruir a maldade,
Que ofusca minha caminhada de luz.
Recolha sua ovelha para a verdade
Que ali ficou simbolizada numa cruz.

Que minhas palavras não sejam flechas,
Nem a boca o arco pronto para lançar.
Pois assim cumprirei minhas metas,
Ser um instrumento do verbo amar.

Ilumina meus passos ao amanhecer,
Irradie a onda desta Sua Bondade,
Que aos Seus Olhos eu possa crescer,
Impulsionado pela força da caridade.

E assim se processará a compreensão,
Que elevará a minha alma às alturas,
Desprovido das mazelas da ambição,
Que lança todo incauto à amargura.

Toninho.
27/11/2013.
Inspirado num pensamento de uma amiga das Alagoas via email.

Um lindo fim de semana a todos.
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 Parabéns Chica









Carinhosamente conhecida como a Joaninha
Habitando as folhas com toda sua generosidade
Impossível não saber quem é ela na blogosfera
Com sua sabedoria e muito humor que contagia
Assim é a Chica, que parabenizo na semana.
 

Um especial abraço à nossa querida Chica pela passagem de seu aniversario nesta quinta feira.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Onde eu nasci tinha um rio.






Onde nasci tinha um rio com aguas livres e limpas. Junto dele fiz minha casinha, para de noite ouvir as aguas, batendo nas pedras como uma canção de ninar. O meu rio sabia a delicia de percorrer entre serras driblando as pedras e mergulhando entre florestas sombrias. A cada queda meu rio ganhava mais energia era assim, que pude vê-lo depois da nascente, onde era apenas uma pequena canaleta de agua. Era assim sua trajetória na sina de morrer bem longe dos meus braços e se entregar nos braços do misterioso mar.

Em suas aguas o delicioso banho na companhia dos peixes e girinos, mas sempre o respeitando, quando ele cismava de ficar furioso no período das chuvas de Março.  O rio era meu amigo, onde me divertia e pescava uma variedade de peixes, que brilhavam quando fisgados nos anzóis das muitas varas de pescar fincadas e vigiadas por nós naquelas margens.

Com o tempo o rio ficou doente por causa das agressões dos homens com seus lixos que lançavam sobre ele sem pena e piedade, na mais traduzida forma de perversidade. Os peixes estavam assustados e cada vez eram menos frequentes e alguns desciam o rio, já mortos. Era a imagem tenebrosa, que não me sai da lembrança. Por isso um dia, de tão sujo o rio invadiu minha casa e levou o que tinha para as aguas, lagrimas e dor, espécie de traição do rio com os ribeirinhos. 

Decidi minha casa construir lá no alto do morro, de onde eu podia ver os campos, o mar de montanhas tocando o infinito. Um lugar bonito cercado de arvores, onde pássaros faziam serenata todas as manhãs após o canto do galo carijó no terreiro. Lá do alto olhava com pesar, para o que restou do rio agora quase seco, resto de agua escura fétida, nada mais nascia nas suas margens além da ervas daninha, aquilo era a imagem da desolação.

Mas um dia, uma chuva de vento levou o telhado da minha casa. Era a mesma chuva de Março, que minha casa invadiu e molhou minhas ultimas lembranças em fotografias do meu rio e do meu vale. Hoje busco na memoria estas imagens de minha infância feliz ao lado de um rio de águas claras e limpas onde as mulheres lavavam as roupas, que secavam estendidas sobre a grama e eu menino ali me divertia de mergulho em mergulho cheio de encantamentos, este rio morreu pela fúria das mineradoras e nos meus olhos esta gota de lágrima parada, congelada olha para este mar aonde ele não chega mais.

Toninho.
17/11/2013

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Uma linda semana para voce.
Um rio de lágrimas de alegria em cada dia.