Longe
muito longe se ouve a sineta,
pouco
se vê além na longa estrada,
o tilintar
do cincerro faz a certeza,
o
pai já está próximo com a boiada.
No
terreiro um menino na euforia,
na espera
das maçãs há ansiedade,
o embornal
o cheiro que denuncia,
o
papel roxo contrasta a felicidade.
Já
se vê a poeira o som agora alto,
o menino
está aflito não diz nada,
sonha
corre e ensaia alguns saltos,
seu
coração agitado pela chegada.
Seu cão
fareja, late como a avisar,
no
Céu azul revoam passarinhos,
o
alazão relincha, ouve-se tilintar,
no
terreiro sente-se o burburinho.
O
som do cincerro devolve seu pai,
de
cima do cavalo emite um grito,
e salta
elegante como um samurai,
para
abraçar o filho como um rito.
Toninho.
Dezembro/2015
Aqui também escrevemos: toninhobira.blogspot
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Cincerro:
uma sineta de bronze colocada no pescoço de animal (boi, cavalo cabra) como
guias de bandos e ou para que sejam encontrados nas matas fechadas, mas que
muitos cavaleiros gostavam de usar em suas montarias nas viagens como anuncio de sua
passagem.