sábado, 23 de dezembro de 2017

Noite de luz.



 A imagem dos presépios sempre me leva à uma reflexão sobre Maria a mãe de Jesus fugindo pelos campos para o parto seguro. Maria que sofre com as torturas e crucificação do filho amado. A mãe que recebe nos braços o filho nos últimos suspiros, para atingir a vida eterna. Assim minha participação e inspiração para a BC_poetizando e encantando da professora Lourdes passa por este sentimento. Confira mais aqui: filosofandonavidaproflourdes



Uma estrela cruzou pela noite de Belém.
Três reis magos pelo caminho iluminado,
diante da mãe escolhida disseram amém,
humildes ajoelharam no chão resignado.

Nasceu o menino Deus como prometido,
aquele que pregaria o amor de verdade.
Até Jerusalém se enfeitou para o ungido
filho de Maria, que seria uma majestade.

Maria com olhar triste o amamentava,
o amor materno torturava seu coração,
saber dos sofrimentos que o aguardava,
era dela sabido pelo anjo da anunciação.

Depois de todos os sofrimentos vividos,
ela resignada recebe o filho crucificado.
Mas ao fim de três tristes dias corridos,
finda seu sofrer ao ver o filho alumiado.

Mas quando ecoou o som de trombeta,
um total silencio se fez sentir na terra,
já o céu se abre como disse um profeta.
A mãe beija o filho para a vida eterna.

Toninho.
22/12/2017


Grato à todos pelo carinho 
que me embalou por todo 2017.
Que estejamos em sintonia
em 2018.


quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Lembrança guia de um Natal.



Nas minhas lembranças vejo um Natal, que nem em sonhos me visitam mais. Há uma saudade perdida nos movimento da vida. Na noite de Natal nenhuma igreja aberta para a missa do Galo, que já nem se fala mais. O que vejo são casas abarrotadas de pessoas em volta de mesas fartas. Perdeu-se bastante da religiosidade e magia daquela noite. Comemora-se estranhamente o nascimento, daquele que veio ao mundo para libertá-lo de todas as mazelas, que enfrentava. Vinha com a simplicidade contrastante com os excessos vigentes. 

Era linda a véspera de Natal uma festa contagiante, reunião de famílias para a ceia natalina, agradeciam o alimento, trocavam presentes confraternizavam com vizinhos Era uma noite alegre, reinava paz, riso solto das crianças com seus brinquedos simples. Havia pão nas mesas, nos casebres mais simples. O presépio feito pela família era o ponto de encontro das crianças.

Eu me encantava com os presépios, ouvia historias do nascimento de Jesus, o céu era sempre limpo e estrelado e eu menino ficava olhando o céu a procura da estrela guia dos Três Reis Magos que via ali ao lado do menino na manjedoura. Os meninos participavam na construção destes presépios e viviam aquele momento. Eram os meninos da vila os fazedores de presépios com o barro do córrego e o pó brilhante do minério de ferro da mina. Ainda vejo os meninos moldando bichinhos.

A árvore de Natal era feita de galhos das arvores que buscava na serrinha do local, onde reinava os lobos noturnos. Arvore branca com uso de algodão enrolado nas galhas e algumas bolinhas penduradas. Junto dela os sapatos das crianças no sonho do presente. O sonho de menino era bem simples, os carrinhos e bolas de futebol, bonecas feitas de papelão. As crianças da vila sonhavam pequeno, a simplicidade os unia e os faziam crer que ao crescerem seriam como os pais. A simplicidade os guiava para a fraternidade como pacto de vida, eram todos por um e um por todos e foram assim que viveram as noites de Natal, até que o tempo fez deles, adultos saudosistas.

Uma estrela cruza o Céu de minhas lembranças na simplicidade de minha infância religiosa, por ela é que me guio e vivo o Natal todos os dias, desde a Anunciação onde nasce a aceitação do “faça a tua vontade”.

Toninho.
20/12/2017. 

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Obrigado Roselia pelo convite na sua VIII Interação Fraterna de Natal aqui: idade-espiritual um pouco atrasado.


Ao tempo que gradeço todas as manifestações de Feliz Natal.
Renovo meu desejo de estar com vocês no Novo Ano
em sintonia perfeita com um pensamento positivo
de um mundo melhor e mais justo.

 

domingo, 17 de dezembro de 2017

Coração errante



















Há um segredo em teu coração,
mas tu me dás apenas o enigma,
são horas de desatino, de prisão.
Decifrar ou morrer no estigma.

Às noites com insônia vaticino.
No amanhecer é complexidade,
num labirinto ando sem destino.
Sigo errante sem minha metade.

Ainda que seja tortura decifrar,
persevera-se a buscar caminhos,
como caçador de tesouro no mar,
que singra as suas dores sozinho.

De tanto procurar sinto exausto,
já nem encontro trilha na saída,
e para findar este longo infausto,
num labirinto que é minha vida.

Mas atreve-se o coração à saga,
o labirinto que esconde querida.
Inspira-se. É Édipo cose a chaga,
um fio dourado estanca a ferida.

Toninho
17/12/2017

Inspiração no projeto Poetizando e encantando da Professora Lourdes, confira e participe aqui: filosofandonavidaproflourdes


 Bom domingo e
feliz semana.