domingo, 7 de janeiro de 2018

No assalto aos sonhos.



Eu queria um lugar, que não me sentisse soturno, ainda que fosse Saturno amigo Pedro Luso. Mas lá também não sou amigo do rei, que tortura desagrega atormenta que tanto mata, quanto enlouquece nos porões imundos, onde residem homens imundos de mãos imundas, que pisam sobre o sangue dos contrários. E nas ruas os que nos assaltam impiedosamente com uma arma exclusiva das forças armadas. E eu nem sei, qual ladrão é pior, o de terno financiado ou o de pés descalços.

Ah, como queria poder morar em Pasárgada para compor meus versos leves e suaves, falando de amor, flores e cantos de passarinhos. que gorjeiam lá, como os de cá. Falar de gente de almas perfumadas de abraços enlaçados em gente do bem, que sabe o quão valioso é o bem de todos. Gente imunizada da fraqueza da corrupção, que não se vende para se locupletar.

Estamos constantemente entre o clicar do gatilho, naquela dupla tensão do que vem nos roubar e a nossa no medo latente de perda da vida e do que honestamente adquirimos e bem sabe Deus como foi o sacrifício na aquisição. Um instante em que a mente viaja em abandono ao corpo enrijecido e experimenta as mais terríveis assombrações com a figura da morte com sua foice certeira e dilacerante.

Entramos em novo ano e com os sonhos de liberdade e segurança, que voltam a nos visitar e assim buscamos desesperadamente como realiza-los num tempo em que o ceifador de sonhos de plantão pelos corredores suntuosos do palácio, busca três modos de nos calar e assassinar os sonhos. Mas nada de novo se apresenta, que faça acreditar em ações vindas do palácio do monstro vendedor de desilusões com seus tantos soldados seguidores formados na desfaçatez do colégio da corrupção para bem se locupletarem.

A nós só resta a sorte,
ante o clicar da arma,
que traduz pela morte.
Valha-me Deus a alma.

Toninho.
05/01/2018
Inspirado em uma bela e trsite Poesia de Pedro Luso O Assalto